Tenente-coronel é denunciado pelo MP por assediar sexualmente policiais em MT: 'quero você'

oel Outo Matos, de 48 anos, teria cometido assédios quando era comandante do batalhão da PM. Tenente-coronel negou as acusações e disse que a situação foi forjada por uma policial militar.

marcos holanda casagrande 15/08/2018 17:04:24 Policia
G1
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Joel Outo Matos (Foto: Facebook/Reprodução)


Um tenente-coronel da Polícia Militar foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de Mato Grosso por supostamente assediar sexualmente jovens policiais militares. A denúncia, que está em segredo de Justiça, foi feita no dia 10 de agosto e divulgada nessa terça-feira (14).


Joel Outo Matos, de 48 anos, teria cometido assédios quando era comandante do batalhão da PM em Vila Rica, a 1.276 km de Cuiabá. O MP diz que ele se aproveitava do cargo para assediar as policiais que eram investigadas ou alvos de processos administrativos. Em troca, ele prometia "aliviar a barra" para não puni-las.


Em uma nota divulgada em uma rede social, o tenente-coronel negou as acusações. Ele disse que a situação foi forjada por uma policial militar.


A denúncia foi feita pela 11ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá pelo crime de concussão. Ele é acusado de exigir vantagem indevida de jovens PMs, pressionando-as para a prática de relações sexuais.


Na denúncia, assinada pelo promotor de Justiça Allan Sidney do Ó Souza, foram apresentadas declarações de três vítimas.


Denúncias

Uma das policiais que denunciou o tenente-coronel é uma PM que foi investigada por suspeita de ter sequestrado, ameaçado e agredido uma moradora da região com quem teria uma desavença pessoal. A situação ocorreu em 2016.


Segundo consta a denúncia, a policial passou a sofrer constantes exigências por parte do tenente-coronel para que ficasse com ele e tivesse relações sexuais.


Em troca, o tenente iria "aliviar" e "não ferraria" na investigação contra ela por causa do episódio daquele ano.


A policial, ao negar os pedidos, era ameaçada e informada que "perderia a farda".


Os assédios ocorreram por quase oito meses pelo WhatsApp e também no gabinete do comando da PM.


Em outro caso, com outra policial e no mesmo ano, a segunda vítima relatou que passou a ser assediada depois de registrar um boletim de ocorrência contra o companheiro dela, também PM em Vila Rica.


A policial afirmou que o tenente-coronel interferiu na situação e passou a dizer que "a única forma de ajudá-la e não prejudicá-la, era ter relação sexual com ele".


Outro lado

O tenente-coronel declarou, em uma rede social, que o caso é de "uma acusação leviana de uma criminosa".


Ele explicou que naquele ano recebeu uma ligação dizendo que a policial havia sequestrado uma jovem e tentado matá-la.


“De imediato determinei o afastamento dela do serviço operacional, instauração de procedimento administrativo, onde a mesma foi punida com prisão”, explicou o tenente-coronel.


“Tal mediada não agradou a policial militar, que achando que eu a prejudicava formulou denúncia com o objetivo inicial de me afastar do comando local da PM, forjando mensagens de WhatsApp”, completou.


O policial conclui dizendo que o abuso nunca aconteceu e que "Deus vai fazer Justiça".

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